terça-feira, 4 de janeiro de 2011

FARRAZINE ENTREVISTA; EDUARDO RISSO

Foi na edição nº 12 do zine que tivemos a participação "del hermanito" Eduardo Risso com um bate-papo sobre quadrinhos (obviamente!), influências, prêmio Eisner e a "maldosa" pergunta; "Pelé ou Maradona"?

Confere aí como foi!

FARRAZINE – Oi, Eduardo, obrigado por dedicar um pouquinho do seu tempo nesse bate-papo... A verdade é que admiramos muito seu trabalho, e umas das coisas que gostaríamos de saber de ti é de onde vêm as referências para o seu desenho. Dá para perceber que as páginas estão repletas de sombras, o que torna a arte ainda mais atrativa aos leitores. Inclusive há um filme, chamado “Desbravadores” (“Pathfinder”, 2007) que se assemelha muito ao seu trabalho nos comics...
Eduardo Risso - Enriquecer as estórias com bons detalhes é algo que sempre pretendo. Incomodava-me muito, quando era criança – e segue acontecendo – ao observar erros históricos ou geográficos nos comics desenhados por profissionais. É algo que um verdadeiro profissional não deve permitir. Hoje em dia, não existem desculpas para não encontrar boas referências, exceto se resides em um país sumamente marginalizado, que não te permita acesso à Internet, gráfica ou fotografia.
Com as sombras é diferente. Sinto-me nu sem elas. Aprendi a usá-las por necessidade, primeiro, e por prazer, depois. Dão ou tiram o dramatismo de uma história, dependendo de como se use.


FARRAZINE – Quais são os melhores roteiristas para você, atualmente? E qual você gosta mais em todos os tempos?
Eduardo Risso - Não me atreveria a dizer um em particular, desfrutei de cada aventura no seu momento. É que eu entendo os comics como um conjunto, onde o texto se cruza com os gráficos para alimentar-se entre eles constantemente. Um bom produto final não depende só de estar bem escrito ou bem desenhado, e sim a soma de ambos.

FARRAZINE – Quando surgiu seu interesse pelos quadrinhos?
Eduardo Risso - Desde pequeno senti atração por eles. Não sabia ler ainda e já devorava as páginas de quadrinhos, observando cada detalhe e procurando sobre o que falava a história, pela sua narração gráfica. Depois disso, veio a ideia lógica de desenhar os personagens e, desde adolescente, a certeza que, fazendo isso, sentia-me maravilhosamente bem.

FARRAZINE – A melhor HQ que você leu, qual foi?
Eduardo Risso - Não tenho nenhuma. Os quadrinhos para mim são como os filmes ou as novelas, sou fissurado em todos os gêneros. Como tal, ao descobrir uma nova pérola, supera minhas expectativas sobre o anterior que li, mas não tiro mérito nenhum dele por isso.




FARRAZINE – O que você acha dos prêmios Eisner dos garotos brasileiros Bá, Moon e Grampá? Qual é a impressão que você tem do trabalho deles?
Eduardo Risso - Excelente! Eu desconhecia essa notícia. Eles merecem, não só porque são amigos de muito tempo, mas sim porque estão fazendo muitos trabalhos bons. Com o talento que têm, entenderam perfeitamente os códigos da profissão e estão tirando bom proveito disso. Um prêmio é algo que se mantém com mais trabalho e melhor qualidade, embora deixe uma certeza de que está indo pelo bom caminho.

FARRAZINE – Você e Brian Azzarello são os responsáveis por um dos melhores quadrinhos da atualidade (100 Balas), considerado já um clássico do selo Vertigo (DC). Quando vocês se deram conta de que estavam FAZENDO HISTÓRIA dentro do mercado de comics?
Eduardo Risso - Acho que foi no momento em que as críticas, tanto especializadas como dos leitores, coincidiram em interessar-se pela HQ.

FARRAZINE – E o futuro Edu, o que gostaria de fazer (seja dentro do mercado de comics ou não)? Quais são os seus projetos?
Eduardo Risso - Tenho assinado um contrato exclusivo com a DC por três anos. Dentro desse período, tenho que fazer alguns trabalhos, mas nenhum muito grande. Quero descansar um pouco das séries regulares. Também quero começar um projeto com meu amigo e roteirista Carlos Trillo.


FARRAZINE – E a pergunta que não pode faltar... Pelé ou Maradona? (risos)
Eduardo Risso - Ambos… a qualquer um que goste de futebol desfruta vendo Messi ou Ronaldinho. O resto é folclore.

FARRAZINE – Muito obrigado Edu, e sucesso sempre!
Eduardo Risso - Obrigado a vocês, um abraço!

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